Zona de Conforto

Um dos temas que a gente enfrenta quase que cotidianamente nas nossas vidas seja, no campo corporativo
ou no campo pessoal, é o tema da zona de conforto.

 

A zona de conforto, na minha opinião, podia ter um outro nome, podia se chamar
zona de familiaridade, porque nesse estado de espírito a pessoa está fazendo um conjunto de
atividades, está dentro de um ambiente que ela se sente familiarizada, por mais que ela não tenha conforto,
as vezes ela está infeliz com o trabalho, com alguma coisa na vida pessoal mas como aquilo ali é familiar
ela resolve não sair dali.

 

E fora da zona de conforto o que é que há? Fora da zona de
conforto há uma escuridão, há o desconhecido, fora da zona de conforto há um medo, um medo de estar lá.
E o medo ele é danado porque ele não se apresenta diretamente para nós, ele manda um representante, ele manda
uma conselheira que se chama desculpa, a desculpa se finge como uma grande amiga
que quer evitar que a gente tenha que enfrentar o medo e vai dando para nós como que
conselhos para que a gente não permaneça fora da zona de conforto.

 

E quais são os conselhos que essa falsa amiga, a desculpa, nos dá? Bom, depende um pouco do
perfil de cada um, para uma pessoa que tem uma baixa autoestima provavelmente os conselhos vão ser como
“Não faça essa apresentação, você não é bom de falar em público, não se expõe, pra que você está se expondo? Deixa outra
pessoa fazer isso”, ou o contrário, se é uma pessoa muito confiante, uma pessoa que se acha muito capaz, talvez
dê outros conselhos que convençam mais, por exemplo, “Por que você está fazendo isso outra pessoa tem que fazer, porque teu gerente que pediu isso, ele que o faça”.

 

E dentro dessa dinâmica de falsos conselhos nós podemos nos deixar convencer e dizer “Não eu não vou ficar fora da zona de conforto, eu quero voltar”, ou, simplesmente fazer, e é isso que nós devemos fazer, ignorar essas falsas desculpas, essa falsa amiga para que a gente enfrente esse medo, para que a gente enfrenta essas situações adversas, para a gente descobrir que depois de vencê-las a gente aprende um conjunto de coisas e isso passa a ser a nossa nova zona de conforto.

 

Sair da zona de conforto é uma coisa perfeitamente humana, se a gente pensar todos nós vivemos a
primeiríssima situação de sair da zona de conforto que é o nosso próprio nascimento: nós estávamos lá no bem bom, dentro de um lugar aconchegante, onde estávamos bem acomodados, a gente era alimentado sem grande esforço, de repente, sem aviso, porque ninguém foi avisado, a gente é sacado de dentro do útero de nossa mãe e colocado numa mesa num lugar frio, claro, barulhento, enfim, todo tipo de adversidade que o que nos foi dado de escolher? Nada, adaptar-se.

 

E hoje nós todos podemos concluir que fora daquele lugar que era nossa primeira zona de conforto estava toda a vida, estava todo oconhecimento, tudo que nós somos hoje é porque naquele primeiro dia nós fomos arremessados fora
da zona de conforto.

 

Então achar que sair da zona de conforto é algo ruim, bom, a nossa vida já é uma prova de que
isso não é verdade, a nossa realidade de hoje é uma zona de conforto muito mais expandida,
nós nos sentimos familiarizados com muito mais coisas do que naqueles
primeiros dias. Isso é sinal que enfrentar a zona de conforto nos traz conhecimento, aprendizado e ao
fazer isso, vencendo o medo, a gente expande a nossa zona de conforto.

 

Se a gente fizer justamente o oposto, não enfrentar os nossos medos, se deixar
convencer por essas desculpas esfarrapadas, o que acaba acontecendo é que a nossa zona de
conforto não só deixa de expandir-se como ela passa a ser cada dia menor, a cada dia a gente se sente familiarizado
e confortável com menos coisas até um ponto chegando num limite em que você está cercado pelo medo e você está
cercado por desculpas. E aí de repente você se vê imobilizado porque as desculpas são boas o suficiente pra você não sair
do lugar.