A obsessão pelo empreendedorismo

Nos últimos 25 anos a tecnologia evoluiu bastante,

imaginar que naquela época nós estávamos comemorando

que a gente era capaz de ligar dois computadores um lado do lado do outro

num fio, parecendo ser um cabo de tv comunicando a dois mega bits.

 

Hoje minha mãe, que é uma senhora de 80 anos me mandou joinha em um aplicativo de

comunicação no celular.

 

Quando a gente olha as redes sociais, as pessoas estão todas muito bem,

elas estão em lugares maravilhosos, comendo comidas sensacionais e cria um

pouco de um mundo de fantasia.

 

No campo corporativo cria um outro efeito colateral que é uma quase

que obsessão pelo empreendedorismo, olhar pessoas como Zuckerberg,

Elon Musk, que são uma fração de todos os caras que já tentaram empreender alguma

coisa, é natural que a gente olhe pra esses caras de sucesso vendo só o que eles fizeram de

certo, esquecendo todas as tentativas que eles tomaram antes de chegar onde estão.

 

Mas a gente não consegue ver aquele exército de pessoas que também fizeram os seus

atos de empreendedorismo e que não chegaram lá.

Olhando hoje, eu há dez anos atrás…eu vi recentemente um vídeo meu de 15 anos atrás e eu vejo como eu

consegui adquirir repertório.

 

Porque o repertório de fato se constrói, se constrói na cabeçada que você deu

quando você deu aquele encontrão na parede, porque quando você faz um caminho

feliz que tudo dá certo, o que você faz no primeiro dia que algo der errado?

 

Aliás, é um pouco do que acontece nos dias de hoje, a gente tá recebendo

profissionais jovens para trabalhar conosco, cheio de energia, mas muitas

vezes, talvez, com perdão da franqueza, um pouco despreparados para as

decepções quando algo dá errado, quando você diz um não, quando tem que fazer

algo que não se gosta.

 

Então assim, muitas vezes essa obsessão pelo sucesso e

pelo não sofrimento, e pelo não fracasso cria uma situação tão

fantasiosa que, diante das dificuldades a gente não sabe o que fazer.

 

Outra coisa que também fica esquecida quando a gente olha só pro glamour é um senso de responsabilidade,

conforme as coisas vão crescendo e você adquire esse repertório você tem a

necessidade de começar a ser responsável pelas coisas. Então dentro de uma empresa

muitas pessoas estão realizando suas atividades, elas estão envolvidas naquela atividade

mas enfim, por último se tudo der errado a responsabilidade recai para o CEO.

 

Aquilo que você faz pode dar prejuízo para famílias, pode pessoas perderem emprego,

um erro importante dentro de uma operação pode causar o fim da corporação.

Acredito que esse componente entre boas idéias, uma boa visão, um bom repertório e

excelente senso de responsabilidade, acho que é um pouco da mistura, horas uma coisa mais horas outra coisa a menos,

mas um pouco da mistura que é necessária pra se ser um bom um bom CEO.